IR. TERESIA CANALE

IR. TERESIA CANALE

27/09/1924 + 07/07/2010 -------------------------

Biografia

ITINERÁRIO

 

ANO           COMUNIDADE                                        CIDADE
1949           Colégio N. Sra. Aparecida                           Araçatuba - SP

1955           Colégio Sagrado Coração de Jesus              Cafelândia - SP

1957           Colégio São José                                        Bauru - SP

1963           Educandário Madre Clélia                           Adamantina - SP

1965           Creche Escola Madre Clélia                        Bauru - SP

1971           Lar Universitário                                        Bauru - SP

1974           Colégio Diocesano                                     Itumbiara - GO

1976           Colégio N. Sra. Aparecida                           Araçatuba - SP

1978           Colégio Divino Espírito Santo                     Esp.Sto. do Pinhal - SP

1979           Comunidade da Periferia                            São Paulo, SP

1985           Missão Sagrado C. de Jesus                        Bragança - PA

1991           Missão Santa Leopoldina                            Espírito Santo – ES

1993           Comunidade ASCJ                                     Sta.Maria de Jetibá – MG

2004           Comunidade Vocacional-Propedêutico        Marília – SP

                   Betânia “Caritas Christi”                            Marília – SP

 

Quando ingressou no Instituto, o Pároco da Paróquia de São João Batista, em São Paulo, aos 15.8.1947 declarou, em carta, que Elza Canale manifesta desejo de ingressar na Congregação das Irmãs Missionárias Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus. Afirma que foi sempre uma Filha de Maria exemplar e, através de sua maneira bondosa e humilde, soube conquistar aos alunos para Nosso Senhor.

 

Como se pode notar pelo seu itinerário, na Vida Religiosa, Irmã Teresia tinha muitos dons para trabalhar em diversas areas da Educação e Pastoral, como também na ajuda que prestou na Formação Inicial das jovens do Propedêutico. Algumas Irmãs deram vários depoimentos e graças ao registro dos mesmos pela comunidade da Betânia podemos partilhar com todas, um pouco quem foi Irmã Teresia e sua missão.

 

Irmã Teresia Canale foi designada para o trabalho de Pastoral Popular na periferia de São Paulo, zona leste, onde conviveu com Irmã Virgilia da Silva Matheus. Ao chegar lá, sua recepção já foi uma provação: “Aqui não há lugar”; a moradia era pequena e não havia cama suficiente. A recepcionista acrescentou: “O que você veio fazer aqui”? Respondeu Irmã Teresia: “O mesmo que você, obedecer e aceitou dormir na sala”. Por seis meses dormiu na sala em um sofá apoiado em tijolos. Com Irmã Virgília, Irmã Teresia dedicou-se, sem medir esforços, à evangelização em meio a tantas dificuldades locais. Irmã Teresia e Irmã Virgília fizeram até o curso Montessori na Mooca através de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida e aproveitaram os conhecimentos na Pastoral da criança. As duas zelosas Apóstolas não perdiam oportunidade para adquirir conhecimentos e servirem melhor no empolgante trabalho de evangelização. Mas seu zelo apostólico era mais vigoroso e nada ficou sem realizar de tudo que estava ao seu alcance, na década de 1970 até 1985.

 

Em 1985 foi transferida para a missão no Norte, estado do Pará, acompanhada pela Madre Provincial, Irmã Maria Auxiliadora de Godoy, onde permaneceu por treze anos.

 

Na sequência foi transferida para Santa Maria de Jetibá/ES. Irmã Teresia respondia por uma Paróquia e desenvolvia cursos preparatórios para a evangelização. Administrava o Batismo, presidia casamentos católico, tanto e casamentos ecumênicos. Havia muito luteranos. Se um dos cônjuges era de religião contrária, pomeranos, o Pastor fazia o ritual e a Irmã e as leituras e. comentários.

Inicialmente ficou alojada em casa de família e depois foi para uma casa da Diocese, que junto com outra Irmã, ocuparam dois apartamentos. Por ordem de Dom Silvestre Scandiani, Bispo da Diocese, ficou aí para conhecer os locais da missão e depois foram para Leopoldina, sede da Paróquia. Não demorou, foram para Santa Maria que reclamaram a sua presença. Irmã Teresia foi Pró-Vigária, conforme proposta de Dom Silvestre.

 

O Padre local era doente e não tinha organização em termos de Pastoral. Também a Presidente do Apostolado da Oração não gostou da presença das Irmãs pois tirou-a do comodismo.

 

Dormiam em casa de família. Levantavam cedo para iniciarem o trabalho de pastoral. Irmã Teresia organizou as pastorais e a catequese renovada, usando o material próprio. Aos poucos foi melhorando tudo. As Irmãs fizeram um curso programado pela CNBB para conhecerem a realidade da Paróquia. Dom Silvestre favoreceu o seu trabalho dando muita abertura a tudo. Seguindo a orientação do Vaticano II, iniciava um período novo. Irmã Teresia reconhecia claramente de ser apenas um instrumento de Deus, porque tudo era feito por Ele.

 

A Comunidade de Santa Maria de Jetibá, sabendo do seu falecimento, noticiou-o no Informativo chamado “A Notícia” exibindo uma foto cativante em que Ir. Terésia, como sempre, está sorridente e contém os seguintes dados: “Quem não conheceu, em Santa Maria de Jetibá, a Ir. Terésia? Ela chegou na cidade em 1991 onde ficou por alguns anos e aí deixou a sua marca de simpatia, dedicação eclesiástica e carisma.

 

Irmã Teresia morou em Itumbiara por três anos, trabalhou com os cursilhistas. Fez Escalada com os jovens; preparava a ULTREIA mensal.

 

Ultimamente ela residiu no Pré-postulado, Comunidade Vocacional. Percebendo que sua saúde causava preocupação à Comunidade, pediu para morar na Betânia onde podia receber tratamento necessário; Irmã Teresia, não obstante os esforços feitos com o tratamento, definhava paulatinamente.

 

De Santa Maria de Jetibá, através de Irmã Teresa Polizel, chegou uma carta de uma família, assinada por Maria Aparecida Souza Nitzs, Diarley Nitsz coordenador da Paróquia e Marcos de Souza Nitsz, disseram: “Irmã Terésia, “pessoa alegre, carismática, estava sempre feliz, jovem de coração; os jovens tinham muito carinho e admiração a ela. Nos encontros era ela quem mais os animava com suas brincadeiras, simpatia e alegria contagiante. Preocupava-se com cada um sempre dando conselhos. A lembrança que tenho dela é de pessoa abençoada, enviada por Deus para iluminar nossas vidas; por mais que passam os anos sua lembrança é cada vez mais forte em nossos corações; ela tem tudo na medida certa, nos ensinou muito, acrescentando em nossa vida, valores, lições que precisamos para sermos bons, profissionalmente e na vida pessoal; era uma ‘mãezona’ que amamos de coração. Sofremos muito quando foi embora, mas é sempre lembrada por algum gesto seu. Agradeço a Deus todos os dias por nos ter dado oportunidade de conhecer uma pessoa tão iluminada. Por onde passou deixou marcas, ela fez a diferença, principalmente na vida daqueles mais necessitados. Todos nós estamos com saudades de você, Irmã Teresia”.

 

Escreveu também a senhora Nelma Storcer Oliveira dirigindo às duas Irmãs: “Nunca me esqueço de todo o bem que fizeram por mim. Agradeço o acompanhamento nos momentos difíceis que passei quando fiquei viúva com cinco filhos pequenos, passando por todo tipo de dificuldade e vocês nos ajudaram como se fossem mães, acolhendo, aconselhando, providenciando cesta básica, devolvendo-me esperança e ânimo para continuar a vida e cuidar de meus filhos. Estavam sempre prontas a me ajudar, sem levar em conta qual necessidade tinha; eu as admiro muito. Estou sabendo da fragilidade de saúde de Irmã Teresia”.

 

Depois de algum tempo acamada, veio a falecer às 10h30 do dia 07/07/10, com 86anos de idade; completaria 87 no próximo mês. Às 16h foi celebrada a Santa Missa de corpo presente, pelo Pe. Afonso Mariscal, Pároco na Igreja Sagrado Coração de Jesus, onde Irmã Teresia frequentava. Pe Afonso conheceu-a quando lecionava para às pré-postulantes. Na homilia salientou o seu jeito gracioso e delicado de ser Apóstola. Ficou edificado com a atitude de Irmã Teresia, que carinhosamente chama de vovó. Era um relacionamento de pessoas simples, respeitosas e amigas. No final da celebração, passou a palavra para quem desejasse fazer algum pronunciamento. Estavam presentes algumas senhoras do Apostolado da Oração e uma delas, Silvia Maria Onorato salientou uma frase que Irmã Teresia dizia ao lhe perguntarem: “Como vai, Irmã Teresia”? Ao que ela respondia: “Agora vou melhor”. Concluiu o Padre, “hoje Deus deve ter-lhe feito essa pergunta à Irmã e ela respondido: “agora estou melhor”

 

Embora as Irmãs da Betânia tivessem pouca convivência com ela, realçaram em Irmã Teresia a simplicidade, ser uma pessoa atenciosa, disponível dispondo-se a servir as Irmãs na costura, a qual fazia com perfeição. Aproveitava as oportunidades para aconselhar as pessoas. Quando acamada, passou por aquelas fases normais que o doente apresenta nessas condições, mas logo se conformou, entregando-se à Vontade de Deus e dela não se ouvia queixas, agradecia tudo que recebia nos cuidados diários. Nos últimos dias tinha dificuldade para falar, estava muito enfraquecida. A funcionária da recepção, foi testemunha de que ela foi uma pessoa maravilhosa, delicada, se conformava e se entregava ao Coração de Jesus, era amorosa, carinhosa delicada e nunca a viu revoltada e nem mau humorada.

 

Quando Irmã Lucia Bernardes lhe falava palavras de conforto, lágrimas corriam pela face. Sua existência foi marcada por grande veneração ao Pai Eterno. No final, em suas dores dizia: É o Pai que permite tudo. Ele sabe o que faz. Eu aceito.

Diariamente visitava Irmã Teresia visitava as Irmãs acamadas, fazendo o Sinal da Cruz na testa. Irmã Laurinda Paulin, certo dia após visitar uma das Irmãs acamadas se dirigiu a Irmã Teresia e contou-lhe o estado de saúde da Irmã, e Irmã Teresia penalizada perguntou-lhe como está? E com esforço falou, desejando recuperação da saúde. Irmã Laurinda se emocionou com o jeito de da Irmã – ela sem forças e se interessando pela coirmã doente.