Ir. Maria Iria Romão
12/07/1930 – † 17/03/1952Biografia
Breve foi sua passagem por este mundo, brevíssima na vida religiosa. Professa de apenas um ano, o Coração de Jesus a chamou a si, ainda na aurora de sua vida. Sofreu com paciência e generosidade a doença e conservou até o fim plena lucidez da mente. Assistida por dois irmãos, um Sacerdote e outro seminarista, morreu tendo nos lábios as palavras: “Vamos para o céu! Sagrado Coração de Jesus, confio em vós! Jesus, Maria, José! ”. Tinha 22 anos de idade.
Depoimento de uma colega de Postulado: “No postulado e noviciado interno, Ir. Iria exercia a função de encadernadora e era com muito carinho que executava essa função. Paciente, calada e, sobretudo obediente, notava-se no seu agir a doação de si mesma em todos os trabalhos domésticos. Tinha a felicidade de usufruir os conselhos e exemplos de seu irmão sacerdote. Suas devoções prediletas eram Nossa Senhora e São João Berkmans, patrono do noviciado. Amava o Coração de Jesus e o demonstrava pela sua piedade e fervor. Gostava de ouvir falar da Madre Clélia e tudo o que fazia era com amor pelo bem do Instituto, sua família religiosa. Caridosa e atenta às solicitações de todas as suas Irmãs. Parece-me vê-la como era”.
Ao concluir a formação inicial, foi enviada para a Santa Casa de Ribeirão Preto/SP, como aprendiz de enfermagem. Segundo a declaração de sua Superiora, foi uma noviça em tudo cumpridora de suas obrigações, demonstrando inclinação especial para a profissão de enfermagem, tratando com carinho e caridade os pobres doentes. Dela pode-se dizer que, tendo vivido pouco, numa vida silenciosa e oculta, sem ostentação, preencheu larga carreira que terminou com santa e invejável morte. Se a morte é o eco da vida, temos nos seus últimos instantes o retrato do que foi em vida.
De seu irmão Amadeu seminarista, temos o seguinte testemunho: “Morreu vítima do amor, e recebeu a recompensa pelo que fez e sofreu. Em meio às dores repetia sempre: ‘Que se faça em tudo a santa vontade de Deus. Prefiro morrer porque vou para o céu. Amo Jesus e ele também me ama’. Causava pena seu sofrimento, mas não se queixava. Dizia querer passar a festa de São José no céu. Morreu placidamente nos meus braços e do meu irmão - Pe. Nelson. Felizes nós que temos fé e cremos na Ressurreição! Isto nos consola e conforta”. E, continua: “Ir. Iria prometeu rezar pelo meu sacerdócio, que se realizará em breve; por meu mano e, também, pelas inesquecíveis Irmãs da Congregação a que pertenceu”.