IR. CESIRA PAPETTI
19/12/1878 + 12/10/1972Biografia
Ir. Cesira veio para o Brasil ainda muito jovem, preparada e abençoada pela veneranda Madre Fundadora. Teve, na sua espiritualidade, a nota característica das “Apóstolas da primeira hora”: espírito de sacrifício, generosidade, obediência, muita fé no relacionamento com as Superioras. Passou grande parte de sua vida religiosa na Santa Casa de Lins: 34 anos, trabalhando sempre no serviço da rouparia. Apesar de ter um gênio um pouco explosivo, sempre procurava estar de bom humor; com as jovens, especialmente, era pródiga em conselhos e encorajamento e o mesmo fazia com os funcionários e, para estes, tinha sempre uma boa palavra. Deu verdadeiro testemunho de consagrada.
Escrevia a Superiora da Betânia, na ocasião do falecimento de Ir. Cesira: “No jardim da Betânia, antecâmara do céu, o Coração de Jesus, vem frequentemente buscar seus lírios para transplantá-los no Jardim da Casa do Pai”. E a nossa caríssima Irmã partiu deste mundo numa atmosfera de paz, tranquilidade e grande resignação, deixando uma lembrança inapagável pela sua incomum piedade e fervor. Desde o momento em que foi acometida de paralisia, abandonou-se totalmente nas mãos de Deus; recebeu com grande piedade o Sacramento da Unção dos Enfermos, acompanhou conscientemente toda a cerimônia e agradeceu o sacerdote. Noite e dia, apertava sobre o peito o crucifixo, rezava continuamente muitas jaculatórias. O sacerdote que a assistiu, afirmou: “Esta não precisa de assistência, pois ela mesma se assiste e prepara para a morte”.
Até que pôde fez o sinal da cruz e beijou o crucifixo, conservando-se até o último instante em plena lucidez, consciente de que chegara a hora da morte. Foi-lhe aplicado todo o medicamento sugerido pelo médico, porém ia piorando cada vez mais e, depois de um mês de sofrimento intenso, no dia 12 de outubro, festa de Nossa Senhora Aparecida, circundada por toda a comunidade que, ajoelhada, rezava o Rosário, Ir. Cesira, dando um profundo suspiro, expirou tranquilamente, apertando ainda contra o peito o seu crucifixo. Contava 89 anos de idade e 67 de vida religiosa “Como se vive, assim se morre”. Pelo que se soube, foi uma religiosa exemplar. Mesmo nos últimos tempos, fazia questão de se levantar no horário da comunidade, para não perder a oração em comum e, à noite, não deitava antes da Leitura Espiritual, à qual dava grande valor. Suas orações eram para a Congregação, pelas Superioras, pelo Santo Padre e, em especial, pelo Noviciado e Juniorato.
Depoimento de Ir. Saula Hirata - Morou com ela na Santa Casa de Lins/SP e testemunha: “Ir. Cesira era cumpridora de seus deveres e muito piedosa. Um dia, me chamou e disse: - Olha filha, o nosso coração nunca envelhece e é muito exigente. Nós precisamos estar sempre vigilantes e rezar muito para sermos fiéis a Deus”.