IR. FILIPPINA BELLINI

IR. FILIPPINA BELLINI

30/04/1973 + 31/07/1971 -------------------------

Biografia

Deparando-se com uma Apóstola, na Igreja, após a Santa Missa, Faustina ouviu o convite de Jesus “Faustina, preciso amar os sofredores através de você”. Ela já era pródiga em caridade para com os outros, a partir desse dia, sentiu crescer mais seu desejo de doar-se inteiramente. Comunicou esta sua vontade aos pais, dos quais recebeu todo apoio. Durante três anos manteve contato com as Apóstolas e, em 1925, acompanhada pelos pais, ingressou no Instituto, em Alexandria, sendo recebida pela Madre Marcelina. Para Faustina, agora, Irmã Filipina, os anos de formação foram de muitos frutos porque seu coração era terra boa, onde a semente da Palavra de Deus caia e tornava-se árvore robusta, plantada à beira da torrente – aos pés do Tabernáculo.

 

Após a Profissão, foi transferida para Roma, onde continuou os estudos e recebeu formação acadêmica. Seu grande desejo era conhecer pessoalmente Madre Clélia e conseguiu realizar este seu sonho. Não só, mas, num colóquio particular que teve oportunidade de manter perguntou: Madre Clélia, como a Senhora alimenta o amor de Deus em sua vida?  Madre Clélia tomou a Bíblia e leu 1Cor 15,45-49 e, partilhando disse: “Este é o segredo de uma vida santa. Identificar nossa vida com a de Jesus, o nosso coração com o seu Sagrado Coração” depois deu-lhe outros conselhos. Ir. Filipina saiu muito feliz. Concluída a formação acadêmica, em 1932, pronunciou seus votos perpétuos e, em 1936, recebeu a notícia que deveria ir para o Brasil. Comunicou o fato à família. Seu pai, percebendo as lágrimas da filha, abraçando-a disse: “Não se preocupe, Deus sempre esteve ao seu lado; jamais a abandonará. Mesmo de longe, estaremos unidos pela oração. Nós a amamos. Não tenha medo”.

 

No dia marcado, iniciou sua viagem por mar, com muito amor no coração. Chegando a São Paulo, foi designada para trabalhar como enfermeira na Santa Casa de Araraquara. Enfrentadas as primeiras dificuldades dos primeiros momentos, ia conquistando o carinho dos médicos e funcionários. Era impressionante sua docilidade e atenção para com os mais sofredores.

 

No ano de 1942, foi transferida e eleita Superiora da Comunidade da Santa Casa de São João da Boa Vista. Nessa casa, cuidava não só dos doentes como também das vocacionadas e, por seu testemunho de vida e coração acolhedor, incentivou muitas jovens a ingressarem na Congregação. Passados 9 anos, foi transferida para a Santa Casa de Birigui; e, lá também, continuou amando a Jesus nos doentes e pobres.  Para ela, como Apóstola, a caridade estava acima de tudo, mesmo que fosse acima da lei, por isso, seu coração estava sempre aberto para acolher qualquer pessoa. Após seis anos, foi destina para o Colégio Sagrado Coração de Jesus de Curitiba/PR, escola grande e internato numeroso. Sentiu-se esmagada sob o peso da responsabilidade; achava-se incapaz para dirigir aquela comunidade escolar, com todas as suas exigências; porém, procurava apoio na oração. Sofreu e chorava muito. Permaneceu apenas dois meses no Colégio, retornando a Birigui e, de lá, para sua última casa e missão: Santa Casa de Casa Branca/SP. O povo de Casa Branca foi cativado por ela; tanta bondade irradiava, continuando sua missão de semeadora do amor ao Coração de Jesus.

 

Tinha grande amor aos sacerdotes, rezava muito por eles; acolhia os seminaristas que dela recebiam palavras que intensificavam o seu amor por eles e os animava a perseverar. Sua vida era silenciosa, agindo com caridade e coração de mãe; era grande devota da Eucaristia, do Coração de Jesus e de Nossa Senhora do Desterro; conduzia a comunidade com serenidade, humildade e paz; e preocupava-se com a formação religiosa das crianças.

 

Em 1970, Irmã Filipina começou a percorrer o caminho do Calvário com a cruz que o Senhor lhe enviara. As Irmãs, percebendo algo estranho em suas atitudes, procuraram os médicos, os quais constaram que estava com aneurisma aórtico, que carregaria por três anos.  Logo informaram a Madre Geral, que se encontrava no Brasil, e como na comunidade havia toda a assistência necessária, ela permitiu que Ir. Filipina continuasse no cargo de Superiora da Casa, pois estava lúcida. Os médicos advertiram as Irmãs que ela podia falecer sem que alguém percebesse. E, de fato, aconteceu. No dia 29 de abril, ao terminar o ensaio de cantos na paróquia, Ir. Filipina perguntou: “Esta missa é para a Madre Clélia? ” Uma das Irmãs, percebendo que ela não devia estar bem, pegou-a pelo braço e levou ao quarto. Estava com pressão alta e começou a falar: “O céu deve ser tão bonito!... Já pensou abraçar Jesus e apertar bem forte a sua mão?! Na madrugada do dia 30, Ir. Filipina foi chamada por Jesus à Celeste Pátria.

 

A notícia da morte deixou Casa Branca consternada; e muitos acorreram à Santa Casa, para acompanhar o velório, na Capela. A Missa de corpo presente foi celebrada na Igreja Matriz e, em seguida, deu-se o sepultamento, no Cemitério Municipal.  No dia 30 de abril de 2001, 28º aniversário do seu falecimento, foram seus restos mortais colocados sob o altar da Capela da Santa Casa.

 

Obs. Informações são encontradas no Livro intitulado ”Apóstola dos Pobres”, da “Coleção Coração Multiplicado” – Bauru/SP: EDUSC, 2000.