Sentindo o chamado para a vida religiosa, Irmã Valentina, aos vinte anos, ingressou no Instituto, das Apóstolas, em Solero e após cumprir os anos de formação inicial, fez a Primeira Profissão e, logo em seguida, foi destinada a desempenhar atividades apostólicas no Brasil, como missionária. Aqui chegando, passou dois meses no Hospital Matarazzo, prestando algum serviço, na prática de enfermagem e procurando aprender a língua portuguesa. Depois foi para o Hospital do Brás, onde permaneceu até 1925; em seguida, para Araraquara-SP, até 1927; de lá, para a Santa Casa de Bauru/SP, até 1929; e para a Casa de Saúde Campinas/SP, até 1948. Foi eleita Superiora da comunidade da Santa Casa de Araraquara/SP, até 1954. Ocupou o mesmo cargo, na comunidade da Santa Casa de Araçatuba, até 1960; e, na comunidade da Santa Casa de Mococa/SP, até 1970; finalmente, na Vila Vicentina, em Bauru/SP, até 1976.

Bastante doente e alquebrada pelos anos, foi retirada das atividades, para um merecido descanso em Águas da Prata/SP, para tratamento da saúde e para refazer as forças. Em 1977, passou a fazer parte da Comunidade da Betânia, sob os cuidados das Irmãs Enfermeiras e Superioras atenciosas, até que, vítima de um forte “caquexia”, veio a falecer, no dia 27 de junho de 1978. Falar de Irmã Valentina não é fácil, porque foi realmente uma Religiosa que, por onde passou, deixou o testemunho de autêntica Apóstola, delicada, generosa, humilde, prestativa caridosa, enfim, de santa Apóstola do Sagrado Coração de Jesus.

Exercendo o cargo de Superiora, durante 22 anos, e outras atividades, na área da saúde, conseguiu cativar e fazer-se querida de todos, pelo seu modo afável e compreensivo.

Embora seu organismo enfraquecesse, sua mente permaneceu lúcida até o fim. Estava ciente do progresso de seu mal e aceitou tranquila essa limitação, aguardando com serenidade e paz a sua hora.

 Sua morte foi como uma vela que se consumiu, minuto por minuto, até se extinguir por completo. Contava 77 anos de idade, 55 de vida religiosa e de missionária no Brasil. Assim morrem os justos. Foi velada e sepultada na Capela São José.

Depoimentos

Ir. Justina Bomtempo - Ir. Valentina foi “Muito caridosa, fervorosa, bondosa com os funcionários e Irmãs, alegre, acolhedora; servia com muito carinho as refeições para os doentes. Sua missão era SERVIR e SERVIR com alegria”.

Ir. Brígida de Campos Cunha - “Quando Ir. Valentina era Superiora da Santa Casa de Araçatuba, eu já estava no Juvenato e não tive contato com ela; mas meus familiares, que moravam naquela cidade, a conheciam e a estimavam muito. Pude conhecê-la, de perto, na Vila Vicentina, em Bauru. Que pessoa agradável, gentil e bondosa! Era um prazer conversar com ela. Apesar de sua grande simplicidade, de pouca instrução, eram cativantes as maneiras que ela usava para manter um diálogo humano e fraterno. Gostava muito de fazer leituras religiosas e, numa ocasião, falou-me sobre SJ – “Apresento-lhes a baronesa”, vida heroica de uma jovem de ontem, para os jovens de hoje. Ela havia lido esse livro e sentia-se profundamente feliz de poder partilhar conosco o bem que lhe fizera a sua leitura. Apesar de idosa, sentia-se jovem com os jovens”.