Filha de imigrantes árabes, nascida em Guaxupé,MG, ingressou no Instituto das Apóstolas, consagrando sua vida a Deus e aos irmãos. Educadora dedicada, alegre, dinâmica, procurou sempre conduzir jovens e crianças para o conhecimento da verdade e do bem. Empenhou-se em difundir a devoção ao Coração de Jesus, para torná-lo conhecido e amado.

Atuou nas seguintes comunidade, como Secretária e Professora de 1º e 2º grau: Cafelândia,SP, Araçatuba,SP, Curitiba,PR, Marília,SP, Brasília,DF, Aparecida,SP, Andradina,SP, Itumbiara,GO, Bauru,SP; nos Hospitais de Marília,SP, Fazenda Amália,SP, Ribeirão Preto,SP; Cúria Diocesana e Caritas de Ribeirão Preto,SP; Asilo São Vicente de Marília,SP; Casa das Apóstolas, em Águas da Prata,SP, em convalescença; e, finalmente, em Birigui,SP, onde concluiu sua peregrinação terrestre.

Em carta, endereçada à Superiora Provincial, ela escrevia: “Minha intenção é melhorar e, assim, continuar sendo “machado” para quebrar galhos. Compreendi  que o que nos torna felizes é o prazer de “SERVIR”, de florir onde Deus nos colocou... Quero servir, quero ser útil, quero ser santa; e o caminho que Deus escolheu para mim é o de ser esquecida e incompreendida...”

Por ocasião do encontro, para celebração do Jubileu de Prata de Profissão, escreveu a uma colega de turma: “Sempre unidas no amor do Coração de Jesus e sob o olhar de Maria, um dia chegaremos juntas à Casa do Pai”.

Realmente, irmã Lúcia serviu. De coração sensível, bom, delicado e generoso, tratava a todos com bondade e era agradecida. Gostava de trabalhar e temia ficar sem trabalho. Isto manifestou fortemente, durante o tempo de sua convalescença. Dedicava muito tempo à oração. Prestativa, auxiliava a todos e era atenta às necessidades das coirmãs.

Dois dias antes da morte, fez sua última confissão e lia-se a felicidade em seu semblante , conforme testemunharam as Irmãs da comunidade. A morte colheu-a de surpresa. Não sabemos como foram seus últimos instantes, pois faleceu repentinamente. Como não comparecesse à Capela, para a oração da manhã, foi procurada e encontrada morta em seu leito. Certamente estava pronta para a colheita. A pedido da Família e com o consentimento da Madre Geral, foi sepultada na cidade de Ribeirão Preto/SP, sua cidade natal.

Depoimentos

Ir. Santina Fierro - “Conheci Ir. Lúcia em Cafelândia,SP. Era Secretária e Tesoureira, no Colégio e Professora na Escola de Comércio. Muito generosa. Esmerava-se nos artesanatos, como costura, bordado, tricô, fazendo tudo com muito amor e perfeição. Virtudes que mais a destacavam: sinceridade, abertura, espontaneidade: o que achava que devia dizer, dizia-o; não mandava recado. Gostava de brincar, divertia com suas piadas. Boa missionária, amava a todos com carinho e transmitia seus conhecimentos, tanto no campo espiritual, como no campo cultural. Empolgava-se ao falar do Coração de Jesus. Embora de caráter um tanto difícil, era de uma espiritualidade profunda. Observava as leis de ensino, porque não queria que o Instituto viesse, um dia, sofrer vexames por incompetência.  Dizia sempre: “Quero ser santa, quero servir, ser útil a todos”.

Ir. Brígida Campos Cunha - Quando comecei freqüentar o Colégio Nossa Senhora Aparecida em Araçatuba, Ir. Lúcia exercia a função de Secretária. Além desse trabalho, dava aulas de boas maneiras, ou como se dizia de “Civilidade”, para as alunas da 5ª Série Ginasial. Gostávamos muito das aulas e, em especial, da professora, que era muito amiga, bondosa, delicada e nos ensinava com  paciência, com atitudes e gestos gentis. Seu atendimento na Secretaria foi sempre cortês. Era alegre e fazia amizade com as alunas, passando a espiritualidade das Apóstolas e o amor ao Sagrado Coração.  Foi ela que orientou minha mãe, no preparo do enxoval, para minha entrada no Juvenato.