Ir. Biagina Pagani
22/02/1881 – † 19/11/1990Biografia
Irmã Biagina veio para o Brasil como missionária, ainda Noviça do ano prático. Possuía certificado de Prática de Enfermagem e passou sua vida a serviço dos doentes. Sua primeira missão foi a Casa de Saúde Campinas,SP; aí trabalhou, durante 49 anos. Em 1982, esteve em Campos do Jordão e Águas da Prata,SP, para um descanso. De
As Irmãs que a conheceram têm palavras elogiosas, tanto a respeito de sua vida de Apóstola como de sua dedicação aos doentes e necessitados. É difícil enumerar suas qualidades, pois são tantas... Grande foi seu amor à família, ao Instituto e às Superioras. Acatava, humildemente, as determinações que, às vezes, era difícil de aceitar. Nunca se ouviu dela uma palavra de descontentamento. Podemos dizer, sem medo de errar, que foi uma autêntica Apóstola, filha de Madre Clélia, imitadora das virtudes do Coração de Jesus que devem ornar a vida de todas as Apóstolas.
Pessoa transparente, de uma encantadora simplicidade, muito prudente, intuía as coisas, sofria, em silêncio. Gostava de contar pequenas histórias, para alegrar o ambiente.
Ao regressar da Itália, onde esteve visitando os familiares, em maio de 1990, viagem que lhe proporcionou grandes alegrias e fortes emoções, manifestava alegria, serenidade, desprendimento e um contentamento inexprimível. Essa alegria durou apenas dois dias, pois foi acometida por um espasmo cerebral, que lhe tolheu a fala e os movimentos.
Não sabemos o que se passou no seu íntimo, durante longos meses, durante os quais não pôde se expressar verbalmente. Imaginamos que esteve profundamente unida em Deus, louvando-o e agradecendo-o por todos os benefícios que recebeu em vida e preparando-se para o encontro definitivo com o Esposo. Além do carinho e dedicação das Irmãs da Betânia, foi assistida pela sobrinha, Ir. Angela Pagani, que veio do Chile, para estar ao seu lado, no momento em que ela mais precisava. Ir. Biagina entregou sua alma a Deus, depois de um grande silêncio, que durou seis meses, aos 77 anos de idade e 51 de vida religiosa.
Depoimentos
Ir. Celeste Yamamoto - Morei com Ir. Biagina, na Casa de Saúde Campinas. Ela trabalhava no setor do INSS- Homens e Mulheres. Todas as manhãs, visitava os doentes, um por um, e aproveitava para falar do Coração de Jesus e da Madre Clélia. Quando algum doente passava mal, avisava a Superiora e ficava rezando junto dele. Era caridosa, desculpava tudo; não permitia que se falasse mal de ninguém, especialmente dos sacerdotes; era alegre e comunicativa; rindo, contava que, quando chegou da Itália, batia no quarto do doente e dizia “permesso”? De dentro respondiam: “pois não”. Ela só entendia o não; fechava a porta e ia bater no próximo. O desconhecimento da língua dificultava a comunicação mas seu coração entendia tudo.
Ir. Verônica Luiza Ceschin - Ir. Biagina foi uma das primeiras que iniciou o trabalho na assistência de enfermagem aos doentes da Casa de Saúde de Campinas. Sempre foi muito trabalhadora, boa, dedicada e de extrema caridade com todos.
Ir. Alaíde Moreira Foz - Ir. Biagina foi muito boa, atenciosa e simples. Acredito que tinha a inocência batismal.
Ir. Olívia Santarosa - Era Irmã italiana, mas amava o Brasil. Simples, alegre, dedicada.Tinha muito amor ao Instituto. Era serviçal e missionária autêntica.
Depoente não identificada - Ir. Biagina trabalhava à noite na Casa de Saúde em Campinas, SP. Era muito querida por todos e até pouco tempo ainda tinha alguém que perguntava por ela. Era de bom relacionamento inter-pessoal e observante de seus deveres religiosos.