Ir. Nazarena, filha de pai italiano e mãe brasileira, herdou da família um grande coração. Era entusiasta e decidida em tudo que planejava e lançava-se de corpo e alma para ver cumprido  seus objetivos. Assim aconteceu ao optar pela vida religiosa no Instituto das Apóstolas. Compreendendo o sentido da vida em família, na Congregação, sentia-se feliz sempre que podia partilhar com a comunidade uma conquista ou expor alguma dificuldade. Um ano após a primeira profissão, ao solicitar a renovação da mesma, escreveu: “Fiz o firme propósito de ser fiel ao Senhor até à morte. Conto com sua graça”. Foi este seu grande desejo e o cumpriu. Provou fidelidade ao Esposo a quem se deliciava através do seu diálogo profundo durante a oração diária. A cada ano ansiava pela Profissão Perpétua e repetia sempre que nada impedia de pertencer perpetuamente ao Senhor, tamanho era o amor que nutria para Jesus.

Em uma de suas insistências disse: Na Santa Comunhão desta manhã senti meu coração arder e por isso peço para fazer a Profissão Perpétua. Se fosse de sua vontade teria professado perpetuamente no dia da primeira profissão e repetia: Sou feliz em poder servir tão grande Senhor. Seu coração ardia de amor, era uma eterna apaixonada por Jesus. Seu caminho missionário foi longo, iniciando em 1938, portanto, 55 anos de doação na doçura e firmeza.

Trabalhou, dominantemente em Colégios, como professora ou na parte administrativa, Catequese e outros serviços, nas cidades: Umbará,SC, Marília, São Paulo, Araçatuba, Adamantina, Birigui, Santa Casa de Ribeirão Preto, Brasília, Lar Universitário Nossa Senhora de Fátima, Bauru.

Em 1993 foi transferida para a Betânia para tratamento de saúde, passando na oração, o tempo que dispunha, até o seu último dia. Ultimamente estava bastante sensível e emotiva. Diabética, não conteve a alta taxa de açúcar vindo a falecer na mesma data que anunciou não estar se sentindo bem. Foi internada, chegou a fazer os exames e após dois dias entregou sua vida a Deus, aos 86 anos de idade e 60 de vida religiosa.

Depoimento

Ir. Celeste Yamamoto - Morei com Ir. Nazarena na Betânia. Estava com sequela de (AVC) Acidente Vascular Cerebral. Andava com auxílio do andador, porém, sonhava poder andar livremente, por isso, fazia com muita fé a fisioterapia. Às vezes, dormindo, conversava com Jesus e dizia: Coração de Jesus tem piedade de tua filha, eu quero andar. Mesmo não podendo andar e falar conseguia transmitir mensagens do Coração de Jesus, de Nossa Senhora e Madre Clélia. Seu coração era aberto. Amava o Instituto e agradecia tudo o que dele tinha recebido. Se não podia com palavras, agradecia, com sorriso, a caridade da visita das Irmãs. Era dotada de espírito de oração, confiança e simplicidade. Desprendida até da família. Dizia eu rezo por todos e o Coração de Jesus cuidará deles. Tinha medo da morte, mas a aceitou tranquilamente.