Às 21h20 do dia 12 de outubro, solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e amada pelo povo brasileiro, nosso Deus e Pai chamou para a Eterna Morada Ir. Claudimira. Depois de longo tempo de doloroso calvário e duas cirurgias, passou cerca de três meses na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Helena na cidade de São Paulo. Recebeu tratamento especial das Irmãs e dos médicos que foram verdadeiros irmãos cuidando de uma irmã. Seu sofrimento, unido ao de Cristo no Calvário, certamente contribuiu para a salvação de muitos. Agora, temos a certeza de sua intercessão junto ao Coração de Jesus, Nossa Senhora e Madre Clélia pelo Santo Padre, pela Igreja, pelo Instituto e pelas Irmãs que ela tanto amou e muito bem serviu.

No Evangelho de hoje, 13 de outubro, Jesus disse: “Muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11, 29). Podemos dizer que Irmã Claudimira experimentou, no mais íntimo do seu coração, esta felicidade. Sua profunda intimidade com Jesus que marcou toda sua vida, o contato constante com Sua Palavra fez dela uma pessoa forte na fé, firme na esperança e praticante da caridade. Viveu como verdadeira Apóstola do Sagrado Coração de Jesus, exatamente exata em tudo porque em tudo buscava cumprir, com amor, a vontade de Deus.

Certamente cada uma das Irmãs que partilhou a vida com Irmã Claudimira teria muito a dizer, pois ela marcou muitas pessoas levando-as a assumir sempre mais profundamente os compromissos feitos na vida religiosa e profissional.

Ir. Sandra de Souza escreveu: “Hoje, olhando minha vida desde noviça de 2º ano, tive a grande oportunidade e graça de conviver com Ir. Claudimira. Que mulher fantástica, por seu jeito de ser, principalmente por sua caridade! Mulher feliz e virtuosa que nunca demonstrou tristeza ou qualquer preocupação. Guardo no meu coração a máxima gratidão por tudo que ela representou em minha vida durante todos esses anos. Nos meus momentos de crises curtas ou duradouras, ela sempre esteve perto dizendo: “Ir. Sandra, não coloque sua vontade na frente, pois você não sabe nada! O Coração de Jesus está com você e Ele sabe o que você precisa”. Quando soube de sua passagem desta vida para a outra vida bem melhor, senti vontade de chorar e entre as lágrimas veio um grande sentimento de alegria e as lágrimas sumiram permanecendo enorme paz. E nessa paz a consolação de que ela foi para o céu. Obrigada Irmã Claudimira! Peça a Deus Pai Amoroso que nos fortifique na fé que você sempre viveu”.

Podemos perceber seu interior através destas suas frases ditas em ocasiões diversas encontradas nos seus escritos:

“Fazer a vontade do Pai é a causa de nossa alegria, a nossa fortaleza, a razão do nosso viver. Não importa de que forma ela se manifeste. Ele quer? Faça-se”. (11.01.2002).

Quando terminou o tempo como Superiora no Hospital Matarazzo escreveu para a Superiora Provincial: “Se dependesse de mim diria: ’Nunca mais aceitarei tal responsabilidade’. Entretanto, coloco-me à disposição do Instituto. Farei todo o esforço para servir onde e como for necessário, pois o Coração de Jesus é o único móvel de minha vida e o seu Sangue é a minha fortaleza”. (07.10.1979.

Em outra ocasião, também terminando o triênio de Superiora escreve à Provincial: “Não fui feita para mandar... Se dependesse só de mim lhe diria: ‘Não quero mais’. Entretanto, prefiro imitar Maria: Sou a serva. Não tenho direito de recusar, nem de pedir nada. Se é necessário, aqui estou. Farei o possível principalmente através da oração para que o Espírito Santo faça o que não tenho capacidade de fazer, assim a glória de Deus será maior”.

Durante toda a sua vida Irmã Claudimira fez o seguinte itinerário apostólico com extremada dedicação e com incansável amor:

1949 – Postulado – São Paulo – SP.

1950 – Ano Canônico do Noviciado – São Paulo – SP.

1951 – Ano Prático do Noviciado – Cafelândia – SP. Foi Estudante e Professora no Ensino Primário.

1958 a 1961 – Curso de Enfermagem na Universidade de São Paulo em São Paulo – SP.

1962 – Hospital Matarazzo – São Paulo – SP – Em 1964 assumiu a Chefia de Enfermagem e iniciou a organização deste serviço no Hospital. Em 1976 continuou na Chefia de Enfermagem e foi nomeada Superiora da Comunidade. Em 1979 a Província encerrou as atividades neste Hospital.

1980 – Hospital da Bandeira Paulista em Campos do Jordão - SP. Assumiu a administração do Hospital e foi Superiora da Comunidade.

1981 até junho de 1982 – Curso de Espiritualidade em Roma. Ao retornar da Itália voltou para Campos do Jordão no Hospital da Bandeira Paulista.

1982 (setembro) até final de 1985 – Atuou na Casa Provincial como Superiora e auxiliando a Superiora Provincial especialmente no atendimento às jovens Apóstolas – Junioras – nas comunidades acompanhando-as através da orientação espiritual.

1986 a 1988 – Chefe de Enfermagem e Superiora na Santa Casa de Ribeirão Preto – SP.

1989 a 1991 – Casa Provincial – São Paulo. Atuou como assistente dos Hospitais e atendimento às Junioras. Foi também Vice-Provincial e primeira Conselheira no governo provincial.

1992 a 1998 – Conselheira Geral em Roma

1999 a 2001 – Enfermeira na Betânia das Apóstolas em Marília.

2002 a 2009 – Superiora na Betânia das Apóstolas em Marília.

2010 e 2011 – Superiora na Casa de Formação – Pré-Postulado em Marília.

2012 – Até meados de fevereiro foi Superiora da Comunidade das Apóstolas em Águas da Prata – SP. Foi transferida para a Sede Provincial em São Paulo. Iniciou no dia 27 de fevereiro o tratamento de saúde e duas cirurgias. Faleceu no Hospital Santa Helena às 21h20 do dia 12 de outubro de 2012.

Antes das cirurgias disse-me que não conseguiu rezar, mas que oferecia seu sacrifício e sofrimento como oração nas intenções do Instituto, de modo especial pela Madre Geral e pelas intenções da Província. Agradeceu tudo o que recebeu do Instituto e das Irmãs, principalmente pela atenção e pelas delicadezas das Irmãs durante o seu tratamento. Ir. Miriam Cunha Sobrinha, Superiora Provincial, disse: Posso dizer que, para mim, foi uma grande graça acompanhá-la nos últimos momentos de sua vida entre nós.

Ir. Claudimira teve a graça da presença da nossa Madre Geral, Madre Mary Clare Millea e da Ecônoma Geral Ir. Cornélia Marcazzan que, junto ao seu leito na UTI rezaram o último Terço de sua vida.

As últimas palavras que ouviu foram as da Ir. Glicéria, sua única irmã que é Clarissa Capuchinha que lhe disse: “Vai, Irmã Claudimira, vai para o céu. Hoje é um dia tão lindo, dia de Nossa Senhora Aparecida. Eu quero estar presente neste seu último momento. Vai em paz”. Neste momento as máquinas zeraram e ela entregou sua bela alma ao Senhor. Agora está em Paz, sem dor e na mais perfeita alegria.

Com toda certeza e confiança podemos dizer: Ir. Claudimira, intercede por todas nós para que sejamos, como você, verdadeiras Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus durante toda a nossa vida.