IR. ELEONORA FERGNANI

IR. ELEONORA FERGNANI

31/01/1871 + 14/07/1963 -------------------------

Biografia

Veio para o Brasil com 30 anos de idade, e nunca mais voltou para rever seus familiares e sua pátria. Passou sua vida missionária como enfermeira, em vários Hospitais. Em 1949, já com saúde abalada, foi uma das primeiras a ser transferida para a Betânia, em Cafelândia-SP, onde ajudava nos serviços caseiros, sempre com boa disposição. Em 1950 manifestou-se, externamente, um pequeno tumor na testa; porém, já há algum tempo, dizia à superiora: “Perdoe-me; minha cabeça não está bem...” Era sinal que a doença já existia. Fez cirurgia, mas o tumor continuava a se manifestar e aumentar rapidamente; e assim passou seis longos meses, entre dores cruciantes e com paciência e resignação, oferecia tudo pela Igreja, pelos Sacerdotes, Superioras e pelo Instituto. Num dia em que Padre Mário esteve na Betânia, Ir. Eleonora manifestou o desejo de receber os últimos sacramentos e foi com fervor que acompanhou as orações e recebeu a bênção papal. Perguntou-lhe o Padre: “Está contente Ir. Eleonora?” Ela respondeu: “Sim, sim, Padre Mário, muito obrigada!” Retornou o Padre: “Não morrerá já... deve ainda sofrer; mas, coragem! Depois terá um bom lugar no céu”.  Viveu mais 11 meses, sempre piorando. Não podendo mais andar, era acompanhada até a porta da Capela, para participar dos atos de piedade, em cadeira de rodas e, nessa cadeira, passou durante três meses, dia e noite, num quarto escuro, pois não suportava a claridade. Sempre calma, paciente e resignada. Finalmente, conseguimos colocá-la no leito. Tudo para ela estava bem. Na última visita que lhe fiz, à noite, dizia-me: - Vai repousar, que está cansada; não preciso de nada.” Seu corpo definhava, ficando reduzida a pele e osso. Foi deixando o alimento, aceitando somente água. Perguntava: “Ir. Eleonora não se sente fraca?”- “Não, não!” - Sofre?” –“ Così, così!..” –“Tem medo da morte?” – “ Não, quando Deus quiser, estou pronta.” Nos últimos dez dias, tinha dificuldade para falar: notávamos que queria dizer alguma coisa, mas não conseguia. Numa noite, estando a sós com ela, Irmã Eleonora dizia, com muita dificuldade: - “as meninas, as meninas... Perguntei: “Que meninas?” Consegui entender: “as juvenistas”. E, mais de uma vez, me repetia isto. Apenas eu lhe dizia: “Reze por elas, Ir. Eleonor”.  Recebia a Santa Comunhão todos os dias. No domingo, dia 14/07, às 23h20, sem agonia, morreu serenamente, no beijo do Senhor.