Irmã Leonísia foi uma das pioneiras no Setor Educacional do Instituto. Empenhou-se com grande zelo pela causa do ensino, dedicando-se, de corpo e alma, no aprimoramento da cultura das religiosas, como, também, procurando estar sempre atualizada quanto às exigências das leis. Em Curitiba/PR, trabalhou, durante dez anos, no Curso Primário e Complementar, e como auxiliar do Internato. Procurava incentivar as Irmãs na obtenção das devidas autorizações, registros etc., para lecionar, e, assim, poderem servir melhor ao Instituto. Transferida para Cafelândia/SP, em 1929, foi uma das fundadoras do Colégio Sagrado Coração de Jesus e, sob sua orientação, foram criados os cursos: Primário, Complementar, Ginasial, Normal, Escola Técnica de Comércio e Ginásio Orientado para o Trabalho (GOT).  Além de Professora do 1º e 2º graus, exerceu o cargo de Diretora, por quarenta anos. Nesse longo período, não mediu esforços para atualizar o Ensino e para manter o Colégio bem-conceituado perante as autoridades educacionais e a população. Em 1959, foi transferida para Marília/SP, continuando as mesmas atividades, até 1970. Em 1971, foi para o Colégio Divino Espírito Santo, em Pinhal/SP, auxiliando os alunos com aulas de reforço.

Como religiosa, distinguiu-se pela sua grande caridade, levando-a a interessar-se pelo outro; como Apóstola inflamada pelo amor ao Sagrado Coração de Jesus, irradiava seu grande zelo e amor pelo Instituto. Embora de caráter forte e resoluto que, muitas vezes, levava-a ao excesso, sabia, também, ser humilde e reconhecer suas falhas, procurando a reconciliação. Sentia-se feliz com a promoção das Irmãs e, em uma circunstância de sua vida, assim se expressou: “É preciso que os outros cresçam e eu desapareça”. Em 30 de novembro de 1971, celebrou com grande solenidade, em Pinhal, o Jubileu de Ouro de sua Profissão Religiosa e, em janeiro de 1974, retirou-se para a Betânia, pois sofria de câncer ósseo, que a fez passar pelo crisol do sofrimento, durante muito tempo. Definhava cada vez mais; entretanto, embora seu físico desaparecesse, o amor e desvelo pelo Instituto cresciam sempre. Nos seus últimos sofrimentos, afirmava que tudo seria oferecido pelo bom êxito do Capítulo Geral. Agravando-se o mal, foi internada na Santa Casa e, após dolorosos momentos, entregou sua alma a Deus, na idade de 73 anos e 53 de vida religiosa.

Depoimentos

Ir. Efigênia Peixoto - “Conheci Ir. Leonísia em Cafelândia, e posso afirmar que ela deu a vida pela escola. Carinhosa para com as Irmãs, interessava-se pelos seus estudos, sempre visando o bem e o progresso do Instituto. Muito inteligente, conhecia a legislação do ensino, mais que os próprios inspetores. Autodidata, era ótima professora de matemática e conhecia vários idiomas. Virtudes que mais a destacavam: disponibilidade para o trabalho, humildade, caridade e, “tudo pelo Instituto”.

Irmã Eduarda Pinna - “Morei com Ir. Leonísia, em Espírito Santo do Pinhal/SP. Já não exercia seu trabalho na escola. Gostava de prestar serviços e dava aulas particulares de matemática; tinha imenso desejo de ser útil, aplicando grande amor às coisas que fazia. Virtudes que mais a destacaram: amor ao Instituto; entusiasmo pela vida, pela juventude; grande amor às Irmãs, as ajudava nos estudos e queria que todas fossem credenciadas, para poderem servir melhor. ”

Ir. Lídia Andrade - “Como noviça do ano prático, conheci Ir. Leonísia, em Cafelândia. Era Diretora e, portanto, responsável pelo bom andamento da Escola. Preparava as Irmãs para conseguirem as devidas autorizações para lecionar e, também, para obter o reconhecimento dos cursos pleiteados. Suas aulas eram dadas com carinho e competência. Irmã muito culta, porém, humilde e caridosa. Chamavam-na de “o dicionário maior”. Embora fosse diretora e professora, fazia os trabalhos mais humildes da casa. A caridade para com as Irmãs era notável, especialmente para as novas; ensinava e corrigia com carinho e educação. Quando repreendida, dava exemplos de humildade”.

Ir. Leônia Cavassin - Nunca morei com Irmã Leonísia, impressionava-me seu amor pelo Instituto e a garra da autoeducação e amor à verdade. Trazia sempre um livro como companheiro do dia a dia. Percebia-se nela a força de vontade, o espírito de sacrifício, não fazia alarde e não falava com altivez do que sabia, sincera e autêntica, zelosa pela educação. Amava o Coração de Jesus com zelo, amor, dedicação e entusiasmo. Seu desejo era que todos aprendessem e fossem educados.

Ir. Cleamaria Simões - Eu era juvenista quando conheci Ir. Leonísia: era professora de geometria; muito enérgica, mas bondosa também. Amava os alunos e se interessava pela aprendizagem de todos. Aproveitava as ocasiões e oportunidades para educá-los, especialmente em boas maneiras.

Obs.- Outras informações poderão ser encontradas no perfil biográfico no livro intitulado “A Mulher Forte” da Coleção Coração Multiplicado.