IR. ERMINIA FIORINA
27/06/1908 + 30/03/1982Biografia
Zina, em novembro de 1927, expressa, através de carta à Madre Provincial, seu desejo de ingressar na vida religiosa, da seguinte maneira: “desde criança tenho um desejo enorme de consagrar-me a Jesus, no que espero ser feliz, com seu auxílio”.
Recebeu na Tomada de Hábito, o nome de Irmã Hermínia. Durante o tempo de formação, ocupou-se da cozinha do Noviciado, continuando no mesmo trabalho após a profissão, em diversas casas. Em 1941, foi transferida para Curitiba/PR, na comunidade em Santa Felicidade, a fim de se dedicar ao ensino, até 1954, quando foi enviada ao Hospital de Crianças, ainda em Curitiba, dedicando-se aos trabalhos de cozinha e rouparia com incansável empenho, admirada e querida pelas Irmãs, médicos, funcionários e por todos que a conheceram.
Já adoentada, após tantos anos de trabalho, caiu, na cozinha, fraturando a perna. Fez os necessários tratamentos, mas sentia-se impossibilitada de locomover-se como antes e manifestou o desejo de se recolher à Casa de Repouso, indo integrar a comunidade da Betânia, em Marília/SP.
Em sua permanência nessa comunidade, foi exemplo continuo de vida oculta, humilde, recolhida, demonstrando amor e fidelidade ao Instituto e às Superioras, delicadeza e caridade para as coirmãs, vida de oração e esforço constante para aceitar a vontade de Deus. Sofria muito, pois, tendo perdido uma vista, quando pequena, e com sério problema na outra, temia ficar totalmente cega.
Aos 10 de janeiro de 1982, comemorou com suas companheiras o Jubileu de Ouro de profissão religiosa. Foi forçada a maior repouso, devido à flebite que a atacara.
Apenas curada, foi gravemente atingida por outro mal, e foi levada às pressas para o Hospital, devendo submeter-se a uma cirurgia. No entanto, seu mal foi se agravando sempre mais, vindo a falecer, santamente, confortada pelos sacramentos da Igreja e assistida pelas Irmãs, no dia 30 de março, sob a especial proteção de São José. Foi sepultada, após a Santa Missa de corpo presente, concelebrada pelo Sr. Bispo Diocesano e mais cinco sacerdotes, na Capela São José, junto à Betânia.
Depoimentos
Ir. Ângela Juliani - Irmã Hermínia era dotada de grande bondade e muito acolhedora. Amava a todos. Sabia ajudar, orientar e desculpar as Irmãs mais jovens. Rezava com a pureza de coração dos pequenos e humildes do Reino de Deus. Tinha grande amor à Eucaristia e sabia falar dela com zelo. Abandonava-se à vontade de Deus. Respeitava a autoridade. Era obediente. Em cadeira de rodas, na Betânia, fazia com alegria o seu apostolado. Lançava a semente da paz, dirigia palavras de ânimo e conforto, rezava o terço e convidava as outras Irmãs para rezarem, e de acordo com suas possibilidades, ajudava-as em seus achaques. Ela mesma dirigia a sua cadeira de rodas para o quarto, capela e refeitório. No seu trajeto convidava aquelas que tinham dificuldades, para segurarem em seu veículo e as conduzia ao destino deixando-as com palavras animadoras.
Comunidade de Nova Esperança – Irmã Hermínia era alegre, piedosa. Sempre com o terço nas mãos. Permanecia por muito tempo na Capela, rezando. Possuía um grande amor a Nossa Senhora (Pronunciamento de 1982).
Ir. Lenira Casagrande - Irmã Hermínia foi uma pessoa extraordinariamente santa. Vida pura. Tenho a perfeita convicção que possuía o grande dom da Inocência Batismal. Sua simplicidade de vida encantava a todos. Obedecia cegamente aos superiores. Era sempre a primeira a estar na capela para as orações, como também para o recreio e outros atos comunitários. Era a alma do recreio, animava-os sempre com seu livrinho de anedotas. Vivia santamente os seus dias como se cada dia fosse o último de sua vida. Eu estava iniciando minha vida religiosa quando fui integrar-me na comunidade com esta Irmã. Fui subitamente edificada pelos belos e santos exemplos e testemunhos de vida que muito me marcaram como também a de todas as Irmãs que com ela viviam. Na sua enfermidade, acamada, com fratura de colo de fêmur, sofria silenciosamente, com sorriso nos lábios, por amor a Jesus. Era a bolinha do Menino Jesus, dizia, como Santa Teresinha, cuja doação era grande. Peço ao Coração de Jesus e Madre Clélia que nos façam grandes santas a exemplo de Irmã Hermínia Fiorina (Pronunciamento de 19/7/1994).
Ir. Rosalina Conte - Ir. Hermínia rezava muito; tinha espírito de sacrifício e responsabilidade, grande amor a Jesus e aos superiores; zelava pelas coisas de Deus. Ensinava aos funcionários a rezarem e a trabalharem; obedecia com alegria e a sua lealdade era manifestada nas ações.
Ir. Isaura Carlessi - Convivi com Irmã Hermínia muito tempo. De profunda oração, passava horas na Capela e amava os Corações de Jesus e Maria com simplicidade de criança; alegre e serviçal não tinha tempo para si, mas para o outro; obediente a toda prova e incapaz de desobedecer a uma ordem de seus superiores. Pontual em tudo. Pronta para servir; tinha tudo pronto, na hora certa. Trabalhava na lavanderia no tempo que não tinha as máquinas atuais, tudo era manual, mas nunca reclamou do trabalho e do tempo. Era perfeita no que fazia, dedicada com as Irmãs e demais pessoas. Sincera; sabia mostrar as falhas às Irmãs mais jovens de maneira que era aceita com alegria. Era exemplo na Comunidade, muito alegre e quando percebia a Comunidade tensa, sabia usar de meios para descontraí-la. Na doença foi exemplo: não reclamava e rezava por todos. Ficou muito tempo na cadeira de rodas, e amou o sofrimento. Ir. Hermínia foi santa.
Ir. Brígida Carlessi - Conheci Ir. Hermínia quando eu era aspirante. Via nela a simplicidade, a disponibilidade ao trabalho, o espírito de sacrifício, amor aos superiores e ao Instituto. Após muitos anos, convivi com ela na mesma Comunidade e pude confirmar suas virtudes sua simplicidade, espírito de sacrifício e disponibilidade. Amante da vida comum, de espírito de oração e na sua doença, aceitou a vontade de Deus. Irmã caridosa e zelosa da salvação das almas. Sabia de memória fatos importantes, transmitindo às novas gerações, incentivando-as ao amor, à unidade, à compreensão e também à correção fraterna e os meios de santificação. Sabia alegrar as outras. Irmã que buscava a perfeição. Que do Céu olhe por nós (Pronunciamento de 21/8/1994).
Ir. Isaura e Comunidade - Ir. Hermínia era de estatura normal, olhos azuis, semblante alegre e muito acolhedora. Uma Apóstola de oração. Em sua vida destacaram-se: obediência, disponibilidade, pobreza, respeito aos superiores; fazia da rouparia seu campo de apostolado. Viveu o Carisma da Congregação através da oração. Concretizou sua vida na alegria e fidelidade ao Instituto.
Depoente não identificada - Apesar de ter conhecido a Ir. Hermínia seis meses antes de ir para a Betânia, reconheci que era muito paciente, alegre e conformada com tudo o que acontecia com ela. Tinha muita caridade com a pessoa que a fez sofrer, dizendo: “Vamos rezar por ela para que Nosso Senhor tenha misericórdia dela”. Era muito boa, caridosa e alegre!