IR. ONORIA SECONDIN

IR. ONORIA SECONDIN

24/07/1909 + 09/08/2000 -------------------------

Biografia

Número nove de onze filhos: Césare, Luígia, Emma, Silvia, Enio, Giácomo, Agnese, Suor Maria Bonfiglia (religiosa de vida contemplativa), falecida ainda muito jovem), Cesira (Ir. Onória), Leone e Maria.

Após a Profissão Perpétua, veio para o Brasil e, durante os 62 anos, aqui vividos, foi uma Apóstola Missionária alegre, fervorosa e muito disponível. Seu maior prazer era servir ao Senhor na pessoa dos irmãos necessitados, oportunizando o bem-estar dentro do seu campo de missão. Dedicou a maior parte de sua vida nos hospitais e, em todos, era muito aceita e querida. Atuou nos serviços gerais, na cozinha e residência das Irmãs, em Campinas,SP, Poços de Caldas,MG e Mococa,SP. Em 1983, transferida para a Betânia, auxiliava nos serviços gerais, enquanto fazia tratamento de saúde.

Era muito querida pela família e, quando completou 90 anos de idade, em julho de 1999, recebeu a visita de seu sobrinho sacerdote, Pe. José Cristiano, e de outros membros da família, que vieram da Itália e permaneceram na Betânia durante uma semana.

Em julho de 2000, por ocasião do 91º aniversário natalício, falou com o sobrinho sacerdote, e manifestava estar muito feliz.

Na comunidade, celebrou o seu aniversário, muito alegre e desejou falar algo durante a Santa Missa. Pediu para uma Irmã escrever o que gostaria de falar e, para outra, traduzir a mensagem para o italiano. Nesse texto agradecia ao Senhor pela vida e pela saúde, sobretudo, pedia a Deus e a Nossa Senhora que lhe concedessem a Perseverança Final.

Há algum tempo, teve o primeiro enfarte; e seu desejo de viver era tanto que não dava trabalho para ninguém. Ajudava-se a si mesma, tentando caminhar, fazer os exercícios prescritos, com muito esforço, até conseguir recuperar-se.

Gostava de rezar o terço. Ao ser questionada sobre quantos terços rezava por dia, respondeu: Não sei... vou rezando o dia todo. Sua canção preferida era a canção a Nossa Senhora que entoava em italiano: “Dell’aurora tu sorgi più bella...” e foi esta sua última canção, a letra foram as últimas palavras balbuciadas por ela, quando entrou em coma. Constatou-se - acidente vascular cerebral. A mesma canção fora entoada por ela, em italiano, no dia 2 de agosto, quando Madre Alice e três Provinciais italianas estiveram visitando a Betânia. Sua felicidade foi grande; depois rezou o Cântico de Simeão: Agora, Senhor, podeis deixar a vossa serva ir em paz... e realmente, Ir. Onória partiu para a Casa do Pai, aos 91 anos de idade e 67 de vida religiosa. Foi sepultada no Cemitério Municipal de Marília,SP.

Depoimentos

 

Ir. Celeste Yamamoto - Ir. Onória estava na Betânia, em Marília, muito doente; só podia andar com auxílio de andador. Era muito piedosa e fervorosa e gostava de cantar. Observava tudo, mas não criticava ninguém. Boa índole, obediente, ótimo relacionamento com as Irmãs. Sua maior alegria era receber a visita do sobrinho Padre. Dizia sempre que tinha medo de morrer. Eu lhe dizia: Ir.Onória, a Senhora fez tanto sacrifício de deixar sua terra, trabalhou tanto, Deus vai acolhê-la com muito amor”. Então, ficava calma. Rezava muito pelos missionários e sacerdotes.

Sobrinhos e parentes - Os sobrinhos e parentes de Ir. Onória recordam e agradecem a Irmã. “Estamos em setembro de 1938 quando a tia Onória parte do Porto de Genova para o Brasil. Depois de 30 dias de navio chega na grande São Paulo e ali fica 28 anos seguidos; somente em 1966, ela retorna pela primeira vez para Itália; não viu mais os seus pais e muitos parentes não conhecem mais, vê os cunhados, sobrinhos pela primeira vez, fala uma língua estranha o “portoliano” meio português e meio italiano. O seu serviço no Brasil é nos hospitais, ora como enfermeira, ora como ajudante na cozinha ou auxiliar, sobretudo em Mococa.

De idade avançada chega o momento de ser transferida em 1986 para a Betânia, antecipação do Paraíso, definido assim carinhosamente por nós sobrinhos, onde umas 40 Irmãs “avozinhas” esperam na oração o último encontro com o Senhor. Nascida em Maddalene em 24 de julho de 1909, filha de uma numerosa família de 9 filhos, da qual uma outra Irmã entra no Mosteiro de Clausura, Servas de Maria Carpenedo-Mestre(VE). Tia Onória dedicou-se ao serviço dos mais pobres e sofredores. Tendo possibilidade e ao nosso desejo que retornasse a Itália, porque já idosa e doente, ela brincando respondeu “Aqui no Brasil me comeram a carne agora comerão também os velhos ossos”. Morre em Marilia,SP-Brasil no dia 9 de agosto de 2000. As Irmãs de sua Congregação “Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus” a definiam de uma “santinha”, pelo seu modo simples e humilde de relacionar-se com os outros; nós queremos recordá-la como uma tia boa e serviçal, deixando a todos nós um vivo testemunho de fé e de verdadeira missionária. Obrigado tia Honória”.