IR. NIVALDA SILVA

IR. NIVALDA SILVA

03/12/1927 + 25/08/2015 -------------------------

Biografia

O "selo do Senhor" é o selo com o qual o Espírito Santo nos marcou "para o dia da redenção" (Ef 4,30). "O Batismo é o selo da vida eterna." O fiel que tiver "guardado o selo" até o fim, isto é, que tiver permanecido fiel às exigências de seu Batismo, poderá caminhar "marcado pelo sinal da fé", com a fé de seu Batismo, à espera da visão feliz de Deus - consumação da fé - e na esperança da ressurreição. (CIC 1274). “No entardecer de nossa vida, seremos julgados sobre o amor”. Rememorando a vida de Ir. Nivalda podemos afirmar que ela viveu com os olhos fixos no Senhor, marcada com o sinal da fé e, assim, completou seus dias nesta terra como Filha de Deus, batizada e consagrada.

 

Como Apóstola do Sagrado Coração de Jesus, Ir. Nivalda exerceu assim seu apostolado:

 

No ano de 1946, como Noviça do Ano Prático, foi enviada para a Santa Casa de Misericórdia de Araraquara e iniciou seu trabalho na área da Enfermagem e permaneceu neste local até 1949.

 

Em 1950 foi enviada para a Santa Casa de Ribeirão Preto atuando na Enfermagem.

 

Em 1955 foi para a Santa Casa de Misericórdia de Marília. Aqui fez o Curso de Auxiliar de Enfermagem e, depois, fez também o Curso Técnico de Enfermagem para melhor servir.

 

Em 1960 foi enviada para o Hospital Matarazzo em São Paulo sempre atuando na Enfermagem.

 

Em 1980 foi para a Santa Casa de Misericórdia de São João da Boa Vista como Responsável para Unidade de Terapia Intensiva - UTI.

Em 1985 retornou para a Santa Casa de Misericórdia de Marília e aqui também atuou como Coordenadora da UTI. Aqui permaneceu longos anos fazendo seu trabalho com muito amor e dedicação.

 

Em 1999 foi para o Lar São Vicente de Paulo em São João da Boa Vista atuando na Enfermagem e dedicou-se por muito tempo aos idosos da ala masculina. Sempre foi muito estimada pela direção da casa e pelas pessoas que a rodeavam, mas especialmente pelos idosos a quem tratava com muito carinho e atenção prestando-lhes toda sorte de serviços.

 

Os anos foram passando e sua vida, como uma vela acesa, se consumindo pelo Senhor no serviço aos mais necessitados e, assim, chegou o seu momento de necessitar de cuidados devido à sua frágil saúde.

 

No ano de 2012 foi para a Betânia das Apóstolas em Marília aonde foi recebida com muito carinho e teve todos os cuidados que sua saúde exigia. Sofreu muito devido a um doloroso câncer no cérebro, mas não se queixava aceitando tudo das mãos de Deus e oferecendo seu sofrimento pelo Santo Padre, pela Igreja, pelo Instituto, em especial pelas Superioras e coirmãs.

 

Olhando para a simplicidade e a alegria da vida de Irmã Nivalda somos impelidas a pensar que a nossa vida terrena não é apenas “um vale de lágrimas”. Nossa existência humana, marcada por provações e alegrias, erros e acertos, é o tempo da esperança onde se opera nossa salvação ou perdição. A partir de Jesus o presente de nossa vida, em cada dia, é o espaço sagrado no qual somos chamadas a construir o “tesouro que não passa”. A morte não é o fim, mas passagem para o encontro definitivo na casa de Deus, onde jamais sofreremos a dor da separação, mas da felicidade eterna com Deus.

 

“Não fique perturbado o coração de vocês. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Senão fosse assim eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês. E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e levarei vocês comigo, para que onde eu estiver, estejam vocês também. ” (Jo 14,1-3).

 

DEPOIMENTOS DE IRMÃS QUE A CONHECERAM E VIVERAM COM IR. NIVALDA.

 

Morei muitos anos com Irmã Nivalda na Santa Casa de Marília. Separamo-nos quando as Irmãs aposentadas saíram de lá. Eu fui para Itumbiara e ela para o Asilo de São João da Boa vista. Em Marília trabalhamos juntas, ela na UTI de adultos e eu na UTI infantil e na pediatria. Uma ajudava a outra. Quando ela precisava sair, eu cuidava de seu setor e vice-versa. Sempre trabalhou muito e zelava cuidadosamente pelo setor. Juntas vivemos um período bom e gratificante. Havia muita harmonia entre os médicos e funcionários. Todos gostavam dela e valorizavam seu trabalho. Um médico disse certa vez que ela entendia mais de UTI do que ele. Este ano vim para a Betânia e passei a cuidar dela, pois estava muito doente, mas sempre alegre e com esperança de sarar.  Quando ficou acamada, aos poucos perdeu a voz e os movimentos, ficando totalmente dependente. Seus últimos dias foram de muito sofrimento. Ela não reclamava e confiava no Divino Pai Eterno, até que Ele veio buscá-la para a recompensa eterna. (Ir. Josélia Jordão).

 

Certo dia Irmã Nivalda falou-me sobre seu processo vocacional. Quando criança residia na cidade de Promissão. Visitava com frequência sua avó que morava em Lins, onde conheceu as Irmãs Apóstolas que trabalhavam na Santa Casa. Uma Irmã, cujo nome não se recordava, conversava frequentemente com ela. Percebendo nela sinais de vocação, convidou-a para ir no Juvenato de Cafelândia. Com a permissão dos pais seguiu para ser juvenista. Continuou seus estudos e depois foi para São Paulo no Postulado e Noviciado. Dedicou-se posteriormente no trabalho de enfermagem. (Ir. Maria de Lourdes Pontóglio).

 

Trabalhei com Irmã Nivalda no Hospital Matarazzo. Eu no Centro Cirúrgico e ela no Setor Francisco Matarazzo, tratando dos pacientes com dedicação e amor. Tinha cuidado especial com MARIA DE LOURDES GUARDA que precisou amputar as duas pernas, permanecendo sempre deitada. Dependia muito do cuidado alheio. Ir. Nivalda celebrava o aniversário dela com festa e alegria. Quando as Irmãs deixaram de trabalhar no Hospital ela foi transferida para o Hospital Santa Catarina, aonde algum tempo depois veio a falecer. Lourdes está em processo de beatificação e foi declarada Serva de Deus. Certamente estão juntas no céu, recebendo a recompensa eterna. (Ir. Clélia Del Bem).