Em 1950, Maria da Conceição, sentindo o apelo para a vida consagrada, solicitou sua admissão no Instituto das Apóstolas. Entre a documentação exigida para o ingresso no mesmo constava o Atestado de Boa Conduta e foi solicitá-lo ao Vigário de sua Paróquia. O Sacerdote manifestou em palavras a perda de uma fiel e perseverante Filha de Maria. Assim relata o texto: “Era filha de Maria exemplar, de comunhão frequente, gênio alegre e expansivo, atuante no apostolado, especialmente na catequese e na Cruzada Eucarística”.

A partir deste momento, respondeu com alegria ao chamado e como Maria pronunciou seu SIM generoso, aceitando os desafios para atingir a totalidade de sua resposta, palmilhando o caminho traçado pelo Coração de Jesus.

Abençoada foi sua caminhada de Apóstola fervorosa, nos 46 anos de atividades, realizadas com eficiência e generosidade nas mais diversas obras e funções que lhe foram confiadas, revelando-se, em todas, amante do Coração de Jesus, na imitação de suas virtudes e filha predileta da Virgem Santíssima, a quem consagrara seu dia a dia. Era possuidora de talentos preciosos, principalmente na área da Educação.

Na vida consagrada, percebia-se o profundo fervor apostólico e marcante amor à Virgem Santíssima, revelados em todos os momentos da convivência fraterna, e testemunham: “Era Apóstola que revelava contagiante alegria e zelo pela vida espiritual”.

Nas diversas comunidades onde a obediência a destinava deixava transparecer o espírito de alegria, retidão e humildade. A alegria que lhe era peculiar, tornou-se bastante notória nos últimos dias, enquanto junto com a comunidade e em grupos de estudos pós-capítulo, animava a elaboração dos projetos rumo ao Novo Milênio. Sua vida consumiu-se iluminando.

No dia 06 de setembro, em pleno retiro espiritual, enquanto um grupo de Apóstolas partia em peregrinação à Jerusalém terrestre, nossa querida Irmã partia para a Jerusalém celeste. Sua partida rápida, iluminada para o céu, foi o reflexo de sua vida consumida silenciosamente. Deixou em todas, especialmente naquelas que participavam com ela dos Exercícios Espirituais, uma profunda saudade, plena de paz. Contava 75 anos de idade e 46 de vida consagrada. Obrigada, Ir. Líbera pelo seu testemunho de vida, pelo zelo e alegria contagiante, pela Apóstola do Amor que impregnou seu ser.

Depoimentos

Ir. Vicencia Grimaldi - Morei com Ir. Líbera em Bauru, no Educandário Madre Clélia, cuidava das educandas com muito amor e no Colégio de Marília, como Superiora, num período difícil. Lutou, rezou muito e venceu. Inteligente, tocava divinamente o violino. Caridosa, paciente, jamais humilhava alguém; caráter forte, porém muito controlada; justa e compreensiva; com relação à vida fraterna dizia que devemos ter paciência e prudência. Suas devoções particulares: O Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição. Falava muito da Madre Clélia e incutia esse amor nas educandas. Amava o Instituto e exortava a trabalhar pelo seu crescimento.

Ir. Jucélia Melo - Morei com Ir. Líbera em Adamantina e Marília. Foi minha Mestra e era responsável pela Capela. Tudo o que fazia era feito com amor. Tinha o dom de ensinar, escutar, aconselhar, acolher. Era alegre, generosa, dedicada, sincera, transparente, realizada como pessoa e como consagrada. Irradiava amor ao Coração de Jesus, exortando à confiança nele e grande amor pelas crianças e jovens. Grande amor à Nossa Senhora, sentia-se feliz por levar o nome de Conceição; amor pelo Instituto, pela Madre Clélia, pelas Irmãs, pelas vocações.

Ir. Rosana Cristina Zan - Virtudes que mais se destacavam na Ir. Líbera: Tranquilidade e exemplo de uma Apóstola feliz e realizada, demonstrando isso através da alegria. Grande entusiasmo pelas jovens que ingressavam no Instituto.

Maria das Graças Faria - Conheci Ir. Líbera no aspirantado em Adamantina. Foi minha mestra e ensinava bordado para as educandas. Exercia seu trabalho com amor, zelo, alegria, paciência, numa doação contínua. Cantava muito bem, acompanhava as aspirantes inculcando o amor a Deus, a Maria Santíssima e ao Instituto. Virtudes que mais admirava nela: fé, fortaleza, alegria, disponibilidade, delicadeza, liderança. De caráter firme, às vezes muito exigente, transparente, sincera. Coração grande e cheio de amor. Era missionária. Gostava de dar palestras, falar sobre o Coração de Jesus e Nossa Senhora. Partilhava a vida de oração e uma vez nos falou sobre a graça de ser Apóstola e de como amava sua vocação. Expressava suas devoções particulares com a vida, testemunhando-as com a prática das virtudes. Lembro-me como queria ensinar o amor pela Madre Fundadora, tanto na parte espiritual como nas demonstrações externas, preparação das festas com enfeites, alegria e muito zelo.

Ir. Saula Hirata -  Conheci Ir. Líbera na década de 50, não sei se era noviça ou neo-professa quando fui interna no Colégio de Marília. Lembro-me de como tocava violino. Demonstrava muita calma. Depois morei com ela na Escola São Francisco de Bauru. Como diretora da Escola, era muito querida pelas Professoras e alunos, mas teve que enfrentar problemas com a Prefeitura, ocasionando diminuir as classes comissionadas, prejudicando alunos carentes. Porém, com paciência, conseguiu conservar muitos. Ir. Líbera era muito carinhosa com as Irmãs, observante nas normas da comunidade, procurando se entrosar com todas. Muito responsável em seu ofício, fazendo tudo com alegria e dedicação. Muita fé para enfrentar os problemas e dificuldades. O que mais admirava nela era a serenidade e a alegria de servir ao Senhor.